quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Tempo


Em meio a noites acordadas
E dias dormidos, afirmo
Desconheço a sensatez
Ao não saber o sentido
Do que se entende por tempo
Coloca-me em seu jogo
Onde regras não existem
Ora me aprisiona em sua monotonia
Ora escorrega entre meus dedos
Ao perceber o jovem coração flamejante

Enquanto tento, inocentemente,
Achar-lhe definições
O tempo brinca com os ponteiros
De uma vida sem volta

Passam-se os segundos
Passam-se os minutos

Horas...


...Dias


Talvez nunca o vá entender...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Concentrar-se


Concentrar-se
Dádiva no mundo moderno
Bombardeio de informações
Mídias diversas, meios perversos
De todos os lados, a todo segundo

Prescrição: desconectar-se
Leitura serena, se faz necessária
Enclausurar-se no mato
Redescobrir tranqüilidade
Conhecer a reflexão
Desprender-se do [in]dispensável
Absorver o relevante
Concentrar-“SI”


Sintomas: Leveza, felicidade
Desconhecida a sensação
De sobrecarregar-se

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Infância


Entre brinquedos, fantasias
Brilha a inocência infantil
Onde somos o que queremos
De super herói à artista de circo
Não importa o que os outros pensam
Só a felicidade.


Tudo é novidade
Tudo é possibilidade
Época onde sonhos são realidade
Para nós, os de pouca idade


Mundo novo para criar,
Basta ser capaz de imaginar
Se quero asas, vou voar
Se quero aventuras, desbravar.


Desconheço problemas
O que é dificuldade?
Estação aflorada da felicidade
Onde a criatividade do querer
É suficiente para “ser”.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Procuro-te


Passadas vagas
Caminhada solitária
Olhar atento, à procura
Da companhia inexistente.

Como o tempo,
Muitas vezes amigo,
Fora capaz de fazê-la desaparecer.
Restaram somente lembranças
Posso tê-la apenas em sonhos.

Diga-me,
Por que sumiste tão bela pessoa
Se o eterno fã e admirador
Estaria sempre a lhe acompanhar.

Responda-me,
Se os mesmos caminhos tortuosos
Que nos fizeram separar
Fossem os mesmos a nos juntar
Assim como o tempo
Que lhe fizeste desaparecer,
Fosse capaz de reviver tal bela,
Ainda existiria amor sincero?


Sem saber o que o futuro há de reservar,
Espero-te!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Encontro proibido


No escuro do quarto
Não trocamos palavras
Apenas o instinto fala por nós
Sem suspeitas de tal noite
Há de ser escondido,
Nosso amor, caso proibido.


Minha libido de encontro a seu corpo
Faz rasgar-lhe a roupa
Minha boca sedenta beija-te por inteiro
Suas curvas delirantes,
Fazem-me enlouquecer ao te morder


Ninguém capaz de entender
Esta loucura que na cama
Nos faz perder a cabeça

Podem nos chamar de irresponsáveis,
Promíscuos, inconseqüentes
Mas nada disso importa
Apenas o calor de nosso corpo

No escuro deste quarto
Lembrança permanente
De um caso proibido
Onde o desejo, é constante.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Limite


Limite
Incessante esforço a procura do insuportável
Máximo desafio em busca do melhor
Impetuosa determinação rumo à superação
Também é se enganar, pois é possível ir mais além
E saber aceitar, não somos invencíveis

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Caixa criativa


Bloqueado.
Trancado do lado de fora
Da caixa a qual idéias e sonhos
Se tornam inspiração,
Viram verdade.


Do lado de fora,
Visão diminuta
Névoa cinzenta que delimita.


Do lado de fora,
Incapacitado de criar
Arte em último lugar.


Do lado de fora,
Perco-me em meio ao caos
Não enxergo alternativas
Afundo-me aos poucos


Do lado de fora,
Sinto-me recluso
Ninguém capaz de entender
A essência criativa que me faz
Ter a liberdade de “ser”.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Jovem escritor perdido


Jovem escritor perdido
Em sua primeira linha à caneta,
Letras sem caligrafia e palavras garranchosas
O leva a caminhos os quais não sabe aonde chegará.

Escreve rápido, para não perder as idéias
É naquele momento que se encontra.
Escreve com cuidado, para que ali
Sua solidão possa se apresentar.
Escreve na inocência, para que entre as linhas
Alguém o encontre e o resgate.

Jovem escritor perdido,
Sua missão não pode parar
A certeza de que nas palavras
Seu rumo é certo como as ondas no mar.
Escreve inspirado, um mundo para criar
Universo onde qualquer novidade é livre para bater à porta.
Escreve com sensibilidade, pois em sua pouca maturidade
Já sabe que as palavras precisam de liberdade
Para se desenharem entre folhas e mais folhas de histórias
Criadas pela jovem mente de um escritor a se decifrar.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Multiplicando-se


Já me chamaram de tudo...
Criança, adolescente, adulto
Estudante
Estagiário
Trabalhador
Condutor
Transeunte
Paciente
Indivíduo
Usuário
Participante
Jogador
Integrante
Colaborador
Capacidade de se transformar em tantos,
Mas sem ao menos saber
O que me faz ser quem eu sou
Única certeza que paira no ar,
Dúvidas a se multiplicar!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Respeitável público


Inocência de uma criança
Ao acreditar em suas palavras
Busca pela sinceridade
Em personagens mascarados.
Espetáculo aberto ao público:
"Tragédia-cômica das relações cotidianas"
O público enaltece, aplaude e engrandece
Todos sabem, fazem parte da peça.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Instantânea inconstância do ser


02:00
Um turbilhão de pensamentos não me permite dormir
02:14
É necessário coragem para ir atrás do que nos faz feliz
02:17
Vou buscá-la a qualquer custo!
02:18
Assustador não saber por onde começar
02:18:30
Sua companhia...
02:18:35
...Não! Preciso alcançá-la sozinho.
02:22
Não entendo como ainda dizem que não faço nada se, a todo instante, uma nova idéia me propõe um novo caminho.
02:23
A cada fração de segundos os pensamentos vão se transformando...
02:25
Ser capaz de pensar livre é ter a certeza de que não seremos mais os mesmos ao girar do ponteiro
02:30
Tenho a certeza de que a vida rotineira tem seus dias contados...um novo “eu” está por vir...Vida à criatividade, as artes, aos novos desafios...
02:33
Quero que, ao alcançá-la, você possa compartilhar desse momento, crescermos juntos a partir dessa experiência... Sua companhia me acrescenta.
02:39
Já não sei mais o que penso. Sonho acordado? Momento de insanidade?
02:45
ZzzzzzZzzzzZzzzzz.....

segunda-feira, 28 de junho de 2010

No front


Já não sei mais o que é certo ou errado
Se vim em busca de estabelecer a paz
Ou promover o caos e a desagregação
Já não sei mais se o inimigo é uma ameaça
Ou um povo buscando se proteger
Só enxergo em tom cinzento
Destruição. Corpos por todos os lados...
A falta de esperança ao perder mais um combatente
Aumenta a percepção de que não voltarei.
Sinto a doce lembrança de poder pisar em casa
Abraçar a família, redescobrir a felicidade!

Não me foi dada a oportunidade de escolher
Meu destino é matar como forma de me libertar
Irônico pensar que quem poderá alcançar a liberdade
São os que promovem todo este inferno.

Nada mais parece fazer sentido...
Meu fim não há de tardar.
Sigo ordens, quanto mais matar
Mais condeconderada minha farda ficará.

Não sei qual o objetivo disso tudo.
Não me faz sentido a matança desenfreada
Ao assassinar o sonho de vidas inocentes.
Já não sei o que é descansar tranqüilo
Quando até o barulho do ventilador
Soa como as hélices do helicóptero inimigo.

domingo, 27 de junho de 2010

Fleurs Sauvages


Seus últimos momentos
Agonizantes. Batalha para viver.
Deu-nos uma lição de vida
Ensinou-nos pelo o quê se vale a pena viver
Fez-nos enxergar nossa força interior.
Mostrou que as limitações da vida
Não são capazes de nos desestimular
Quando nos sentimos acolhidos
Me fez perceber o prazer de uma breve visita
Chorar com uma simples lembrança
Em um momento onde o importante
Era saber que ainda estava aqui.
Mostrou a todos o seu amor,
Sua bondade e seu carinho quando
Nós deveríamos expressá-los.
Deixou seu ensinamento.
Olha-nos tranqüila ao saber
Que estamos preparados
Sua alma se faz presente!
Guie-nos para todo sempre,
Através de nossos corações.
Hei de colher as mais belas flores do campo!
Ao visitar Paris, me deixar levar
Por todos os caminhos
Onde outrora encontraste a felicidade.
Descanse em paz.
Amo-te.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Sombra


Confuso fica,
Ao ver sua sombra
Refletida na calçada
O vulto de monstro
No lugar do homem

O único capaz de enxergar
A verdade que existe
Escondida por uma aparência normal

Perseguido pela sombra
O lado obscuro se faz presente
Lembra-o dos pensamentos loucos
Que rondam sua mente

Esperança inútil de conseguir despistar
A monstruosidade que a todo custo
Tende a acompanhá-lo

Contanto que seja segredo
Identidade oculta que aviva sua essência
Momento de não lucidez
Inconseqüência é seu lema
O mundo é pura hipocrisia

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Jardim (sur)real


Convido-lhes,
Uma tarde no jardim
Não um simples terreno arborizado
Um passeio rumo ao improvável


Sugestão: criatividade ilimitada


Não se preocupe com o convite,
Com a data ou com o horário
Lá o tempo não é cronometrado
Apenas não deixe de vivenciar


Não se sinta confuso
Ao perceber que a fantasia e o real
Se fundem em harmonia
Sinergia dos sonhos com as boas lembranças
Lá é sempre possível
Basta ser capaz de criar


Traga a inocência da infância
À beleza e natureza do jardim
Sinta a tranqüilidade
Lhe dar a mão
Ao longo do caminho


Esqueça as preocupações
Reserve este momento para si
Embriague-se desta sensação irradiante
Vicie-se na felicidade de uma vida
Livre para viver o inimaginável!

domingo, 13 de junho de 2010

Visão sensorial


Vejo sim!
Não faço uso dos olhos,
Enxergo através
Da sensibilidade do toque
Ao encontrar dos corpos,
Da precisão da audição
Ao escutar o bater de asas de um beija-flor,
Das cautelosas passadas
Em direção ao meu destino,
Do aguçado olfato
Capaz de me fazer saber
Se devo me aproximar ou me afastar,
De um paladar incomparável
Para não me fazer esquecer
O sabor de seus beijos.

Mal sabem os que,
Com os olhos enxergam,
Que não é necessário visão
Para descobrir a beleza do dia após dia
Basta se desenvolver
Para, com os sentimentos,
Ter a habilidade de ver
Que na vida o importante
É tirar o máximo de proveito
Do que chamam saber viver!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Coruja


À noite vivo meu dia
Olhar atento, audição aguçada
Troco a caça crepuscular de presas
Pelas presas palavras em meu pensamento

Vôo silencioso
Olhar fixo à procura
Da refeição
Idéias que renovam as energias,
Funcionamento pleno da mente

Ao encontrá-las,
Voraz alimentação
Expilo apenas o inutilizável
Tudo é inspiração

Ao nascer do dia,
Regresso ao ninho
Alimentado, o descanso
Torna-se necessário
Mais uma caça que está por vir!

Estrela cadente


Sua visita, estrela cadente
Instantânea, marcante
Sua beleza, durante
Fração de segundos, lembrança constante
Aparição de repente
Seu retorno aguardo, confiante!

domingo, 30 de maio de 2010

Chernobyl


Mais de 20 anos
Marcados por um grande vazio
As tristes lembranças que ficaram
Lhe remetiam a explosão,
Radioatividade espalhada
Caos por todos os lados
Pessoas contaminadas
Ordem para evacuar
Toda uma cidade abandonada

De volta,
Dessa vez à visita
Não consegue acreditar
Que em meio a toda aquela plantação selvagem
Prédios desmoronando,
Pedaços de várias vidas a enferrujar
Encontravam-se as memórias de sua infância
O mesmo lugar onde outrora brincava feliz
Compartilhando sua vida
Com a família e amigos
É obrigado a se retirar
Deixa seu coração
Na cidade fantasma
Volta para seu novo lar
Mesmo com o desejo de
Naquela cidade
Sua vida recomeçar

domingo, 23 de maio de 2010

Reencarnação


Reencarnação,
Um mistério que talvez
Nunca há de ser desvendado
Como explicar
Tão poucas almas
No passado
Viverem em bilhões de corpos
No presente

Mecanismos matemáticos
Seja a divisão ou
A multiplicação
Poderiam ser práticos
Na busca de uma explicação

Sua divisão em fragmentos
Seria o motivo da busca pelo amor
Onde no outro, a alma se completaria
Redescobriria outra parte de sua essência
A multiplicação, por sua vez,
Seria a capacidade de experimentar
Poder viver em qualquer corpo
Em qualquer lugar
Não sendo necessário ter que optar
O que queira viver ou descobrir
Basta se duplicar!

Mas não há matemática eficiente
Para tornar ciência
Fenômeno tão surpreendente

Deixemos a criatividade
Nos fazer imaginar
Onde que a reencarnação
Em outra vida
Nos fará acordar!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Dualidade


De dia,
Um trabalhador envolvido
Rotina, tarefas, prazos, cobranças
Ligado no automático
Só desliga ao cumprir suas funções
À noite,
Em meio ao silêncio da madrugada
Um turbilhão de pensamentos começa a nascer
Acorda para a outra vida
Enxerga tudo de uma nova perspectiva
Fusão das idéias aos sonhos?
Ou apenas seu funcionamento
Livre e espontâneo?

Questiona o sentido da poesia
Seria a arte de saber se expressar?
Ou mistério da interpretação,
Charada pro leitor decifrar?

Tenta imaginar
Até onde os humanos irão agüentar
A sobrecarga do mundo atual
É quando descobre que sofre
Deste acumulo no lado emocional

Percebe que só as noites
Não lhes são suficiente
Para todos os pensamentos
Dar forma e colocá-los para voar

Desliga-se de todos os mundos
Momento para o corpo recarregar.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Espelho


Meu caro rapaz,
Tentar me rotular, não será capaz
Tarefa impossível em se tratando de camaleão
Minha essência, constante mutação

Quando pensar,
Eficaz!
Errado você estará
Já vou ter lhe deixado
Pra trás!

Não busque
Genéricas definições.
Vá além do convencional
Aceite o que não lhe é
Normal

Aprenda
Diversifique-se
Descubra um novo


“Eu!”

Desgeneralize-se
Surpreenda-se!

domingo, 18 de abril de 2010

Renascer


Já não via o mundo
Como outrora
Ao ver os sonhos se esfarelarem
E o amor da sua vida se afastar
Viver já não fazia mais sentido

Mais uma vez brigavam
Dessa vez não tinha volta
Ela o deixara.

Sem perspectivas...
Sem companhia...
Nem mais a sombra o seguia
Não tinha forças para batalhar
Lutar pelo quê? Sobreviver?
Seu desejo, viver!
Não poderia chamar isso de vida
Para ele era acordar em meio às trevas
Buscar a luz como quem espera
Achar ouro em pétalas de rosa

Procurando dar fim a uma vida
Destinada a seguidas frustrações
É acometido por um ato de desespero
Medica-se rumo ao subliminar infinito

Interrompida a viagem
Acorda em uma sala de emergência
Desconhecidos buscando a todo custo
Mostrar-lhe um novo sentido
A esta vida tomada pela desilusão

Olha para os cantos
Descobre um senhor em uma árdua luta
Para não se deixar levar
Percebe que em um mesmo quarto
Situações tão contraditórias
Convivem lado a lado

A luta pela vida
Começa-lhe fazer sentido
Assim como a busca
Pela superação dos obstáculos
Analisa aquele momento
Como seu renascimento
Sua juventude o permite
Recomeçar do zero
Criar novos sonhos

Descobre que nem sempre
Enxerga-se a beleza da vida de imediato
Aprende que antes de desistir
Devemos lhe dar a chance de nos encantar!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Montanha Russa


Uma estranha montanha russa
Cheia de altos e baixos
Curvas e loopings
Distração para monotonia
Que nos pede mais uma volta
Nesse passeio emocionante
Conhecido como viver.

Começa aos poucos
Uma subida lenta em que vamos amadurecendo
Preparação para os momentos eletrizantes
Que estão por vir!

Quando chegamos ao topo
A sensação de autoconfiança nos domina
É nesse momento em que a diversão começa
Somos surpreendidos, queda livre!
A sensação de insegurança nos preenche o vazio no estômago
Como que isso vai terminar?!

Ao perceber que não temos controle da situação
É o momento onde devemos contornar o desespero
Amadurecer novamente na busca por alternativas
Termina-se a descida, seguimos em linha reta...

Ao estabilizarmos,
Aumenta-se a velocidade
Sentimos o vento na cara
Momentos de novas emoções!

Fortes curvas nos chacoalham
Balançamos de um lado a outro
Mas continuamos adiante...
Repentinamente entramos em um looping
Nossa vida de cabeça para baixo!
Ficamos perdidos, o que aconteceu?
De um momento para o outro, tudo muda!
Mistura de sensações e sentimentos
Confusão, adrenalina e ansiedade!

Mais uma vez, somos surpreendidos
Aprendemos que na vida somos meros espectadores
De um passeio onde o caminho é desconhecido
A única certeza é uma aventura memorável!

É quando se termina a volta
Respiramos aliviados e ao mesmo tempo
Sentimo-nos extasiados!
Nesse momento, nos vem à pergunta:
Vai mais uma vez?!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Traduzindo-se em desenhos


De risco em risco
O rabisco cria forma
Sentimentos traduzidos em
Imagens, gravuras...
Desenhos que simbolizam
Uma vida, um momento marcante
Analogias infinitas
A criatividade não tem limite!

Enquanto desenha,
O ilustrador é Deus
Manda e desmanda
Faz e desfaz
Preto e branco ou colorido
Põe efeitos, sombreados
Começa do zero,
Se o resultado final não lhe convier.
Ilustra a realidade
Da maneira como a enxerga
No papel ele faz de sua vida
O que sonha em viver
Leva ao pé da letra
Dar asas a imaginação
Basta apenas
Papel e caneta na mão!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Voa vento voa!


Voa vento voa!
Viaja mundo afora!
Quando se sentir angustiado
Ou triste com a chuva
Assobie para sabermos
Que veio nos visitar!

Quando feliz
Nos presenteia com sua brisa gostosa
Quando furioso
Nos dificulta a passada
Carrega o que vê pela frente
Torna explícita sua emoção!

Vento amigo meu,
Quero lhe dar total liberdade
Para que hoje e sempre,
Convivamos em solidariedade!

Se quiser ser ventania
Que me carregue até a minha amada!
Se quiser ser brisa,
Que nos dê uma tarde agradável!
Se quiser companhia,
Assobie para conversar!

Conte-nos suas histórias
Todas as belezas já presenciadas
Presenteie-nos com seus poderes
Nos levando ao paraíso
Ou simplesmente por um dia
Me mostre quão incrível é
A sensação de poder voar!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Volte maravilhosa cidade!




Protegido entre paredes
Vejo o desespero pela janela
A cidade maravilhosa em mutação
Transforma-se em um enorme poção

Ruas alagadas, lixo por todos os lados
Ao olhar para o morro, deslizamentos de terra
Famílias desalojadas, o desespero espalhado
Vidas e sonhos carregados pelas águas da enchente
Chuva como lágrimas de um povo
Ao ver a cidade de cabeça para baixo

A ingrata ironia do destino
Transformou em desprazer
A antiga felicidade
Dos moradores do morro dos prazeres

Dificuldade para um ex-pai de família
Ao ter que acordar com a certeza
De que só sobrou sua vida e o trabalho
O resto lhe foi tomado

Uma batalha não só para quem perdeu tudo
Como de toda a cidade
Reconstruir-se pouco a pouco
Para fazer jus ao nome
Cidade maravilhosa,
A qual nenhuma chuva
Ou qualquer outra calamidade
Tira do povo a sua felicidade!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Dependência químico-afetiva




Começou como qualquer vício
A via aos poucos, pequenas doses
Com o tempo, vi que me fazia feliz
Fui ficando dependente de sua presença
Me sentia diferente quando a tinha por perto
Quando não estávamos juntos, ficava perdido
Ao ver seu toque no celular, o coração disparava
Perdia a fome, o desejo de fazer as demais coisas
Nada que não lhe envolvesse me interessava
A ansiedade tomava conta das minhas atitudes

As brigas eram como os efeitos colaterais
No dia seguinte, a infelicidade materializada
Não sabia mais como me desprender
A dependência me afastou de tudo e de todos
Percebia a necessidade de ter a vida de antigamente
Voltar a fazer o que me dava prazer!

Após o termino, me sentia confuso
Sua falta me deixava com um tremendo vazio
Descobri que o que parecia bom, era maléfico
Momentos de alegria traduzidos em ilusões
Alucinação de que era uma paixão
Percebi o quanto que estaria melhor
Sem sua presença-dependência químico-afetiva
De passo em passo, fui me reconstruindo
Redescobri a felicidade nas coisas simples

Vícios como esses são válidos apenas
Para sabermos com que não devemos nos envolver
Uma vez intoxicados, e o lado obscuro de amar
Nos dá a falsa impressão do que é se apaixonar!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Dilúvio


Cai a noite
Cai o mundo
Só não me deixe nessa enchente
Que sai carregando tudo
Lixo, esgoto e gente...


Cheguei em casa imundo
Nessa falta de planejamento
Do cotidiando submundo
Sua companhia nesse dia cinzento
Para uma noite de sono profundo


A lua, esperta na chuva,
Se esconde em cima das nuvens
Vê o nosso desespero do alto
Dá boa noite as estrelas
Vai dormir tranquila e serena!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Mulheres misteriosas da minha vida


Mulheres misteriosas da minha vida
As quais de tudo um pouco
Aos seus lados já vivi
Mulheres que me fizeram feliz
Mulheres também que me deixei seduzir

Foram sensuais
Conseqüentemente fatais
Despertando a paixão
Conquistando no olhar
Abusando do charme
A me deixar noites sem dormir

Decifrá-las?
Pura ingenuidade
Mulheres como essas
Só se pode ter a companhia
Seus segredos serão sempre
O despertar de nossa imaginação
A mágica que nos instiga
A nos desejar mais e mais

Para não se ferir
O envolvimento há de ser
Dosado! Pequenas quantidades!
Saber usufruir sem que nos deixemos levar
Para este mundo sem respostas

Mulheres misteriosas da minha vida
As quais vêm e vão
Momentos por perto
Momentos longe...
A magia vai sempre existir!

segunda-feira, 8 de março de 2010

É preciso saber jogar

Saber viver é saber jogar
Nem sempre conhecemos as regras
Muitas vezes nunca as descobrimos
O bom jogador aprende tentando
Entende a importância de cada passo
Mesmo quando se volta à jogada

Voltar à passada
Não significa tempo perdido
Devemos interpretá-la como um momento estratégico
Retroceder para estudarmos nossas jogadas
Descobrirmos as armadilhas ocultas
Para contorná-las com sabedoria
E avançarmos preparados para os desafios
Que aparecerão ao longo do jogo

Querer avançar rápido é ter a certeza
De que não se aprenderá a viver
Pois até as jogadas ruins
Fazem-nos sermos mais cautelosos

É preciso sensibilidade, percepção
Para coletar as informações e ensinamentos
Que a vida nos dispõe ao longo de cada etapa

O bom jogador é aquele
Que não se preocupa em ganhar
Afinal nesse jogo o que importa
Não é chegar à frente
É entendê-lo, aprender com cada passada
É tirar o máximo de proveito
Aproveitarmos toda a felicidade e ensinamento
Que ele pode nos proporcionar!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Poesia em alta octanagem



Assim que nasci, minha vida já se estendia através dos carros
Meu coração já pulsava forte como os pistões em altas rotações
Minhas veias bombeavam sangue como a gasolina
Em um motor sedento por velocidade

A vontade de viver livre, sem nenhuma obrigação
É como viajar sem destino estrada afora
Acelerar firme e sentir o vento soprar em nossos rostos
Poder mudar o rumo e ainda sim ter controle
Para onde queremos ir, estrada a frente seguiremos!

Os carros nada mais são do que uma extensão da liberdade
A sensação de aproveitar e abusar da velocidade
A capacidade de decidirmos nossos destinos
Sem que sejam necessárias maiores reflexões
Basta girar o volante e escolher a direção!

Marchas para escolhermos o ritmo de nossas vidas
Torque para mostrarmos nossa força
Combustão para mostrar que podemos ter nossos momentos explosivos
Freios para mostrar que também sabemos nos controlar!

Assim como os carros, nossa vida merece cuidados
Devemos mantê-la limpa, bem tratada
Para que sempre estejamos conservados, valorizados
De maneira a estarmos prontos para quaisquer maluquices
As quais quisermos nos aventurar!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

O que queremos para nossas vidas

Quando sinto saudade dos que já foram
Fico imaginando tudo o que eles viveram
Pergunto-me também, se fosse possível,
O que será que eles gostariam de nos contar?
O que gostariam de ter feito?
O que fariam se tivessem a oportunidade de voltar?
Se tiveram a vida que um dia desejaram...

Viver é tão único
Não consigo me imaginar vivendo uma vida monótona
Uma rotina, um cotidiano sem graça
Não me sinto como os outros
Não seria capaz de desperdiçar uma vida
Pelo medo, pela segurança

Não quero a mesmice da maioria
Não sei viver a rotina
Quero ir atrás do que me motiva
Do que me desafia, do que me apaixona
Quero poder um dia
Parar, pensar e refletir
Fiz da minha vida o que sempre desejei!

Por que mais pessoas não se questionam?
Por que a felicidade não vem em primeiro lugar?
Por mais que tenham responsabilidades e obrigações
É possível conciliar, é possível dar um novo rumo
O esforço em busca da felicidade
Pode tornar qualquer sonho em realidade!

Não vou tentar mudar os outros
Eu serei a mudança a qual procuro
Irei atrás do que trará sentido a minha vida
Não me importa a dificuldade
Mais vale um esforço sobre-humano
Do que uma vida dedicada à mediocridade

domingo, 24 de janeiro de 2010


Escrevo sobre comportamentos os quais eu não entendo ou não concordo. Nós humanos agimos de forma imprevisível. Muitas vezes nós mesmos não conseguimos explicar o porquê de termos agido de certa maneira. Envergonhamo-nos ou nos surpreendemos com coisas que achávamos que não faríamos. Este instinto humano me intriga. O que será que nos motiva ou nos impulsiona a fazer tais coisas? Emoções? Sentimentos? Impulsos? Ou será que existe algo além disto tudo? Enquanto não soubermos o que ocasiona este “bug” em nosso comportamento, se é que saberemos algum dia, será inútil tentar entender ações incomuns de qualquer indivíduo. Será que temos mesmo alguma essência ou nossa personalidade está suscetível a mudanças que vão além de nossa capacidade de controlá-la? Acho que mais importante do que se preocupar com o que nós somos ou planejar nossos atos, é tentar aprender com tudo que nos deparamos e, dentro do possível, conduzir nossas vidas da maneira que julgamos mais correta.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Exposição = Fragilidade?




Queria entender por que muitas pessoas quando estão tristes ou chateadas, guardam seus sentimentos ao invés de se expressarem. Não que seja necessário se abrir para o mundo, mas poder conversar com pessoas com as quais se tem intimidade pode ser um bom exercício. Imagino que esses indivíduos tenham medo de se mostrarem de verdade e acabarem passando uma imagem de uma pessoa fraca, vulnerável. O que eles não enxergam é que todos nós temos problemas e que todos, em algum momento da vida, estaremos mais frágeis e mais suscetíveis a riscos. Expor emoções nos ajuda a refletir melhor sobre aquilo que nos aflige, a tirar uma preocupação de nossas cabeças. Inclusive o ouvinte pode acabar oferecendo uma solução que não seríamos capazes de pensar, nos apoiar, nos ajudar apenas mostrando que não estamos sozinhos. Não estou dizendo para que as pessoas sejam dependentes, até por que não dá para contar sempre com os outros. Apenas acredito que guardar nossos sentimentos não ajuda a resolver nada, muito menos a seguirmos adiante. O ideal é sermos independentes, mas com liberdade para nos expressar sem que haja uma preocupação com que os outros vão pensar de nós. Humanos somos todos. Problemas e fraquezas todos têm. Basta apenas sabermos enfrentar os problemas e nos fortalecer dos obstáculos que encontramos ao longo da vida.